But something kept me standing by that hospital bed,
I should have quit but instead I took care of you.
Esta música magoa.
Como uma história tão simples, tão simplesmente sussurrada pode ser tão poderosa. Tanto se podia dizer sobre isto. Como "those singing morphine alarms out of tune" ou "i should have quit but instead I took care of you" resultam tão bem.
Fico com aquela sensação quase dejá-vu de todas as cenas de cinemas que vi em que alguém morre num hospital, na minha cabeça. Especialmente a imagem de uma mão dada entre um paciente com uma bata branca e outra pessoa sentada, ao lado, numa cadeira. Como se tivesse vivido isso over-and-over again. E é um sentimento tão forte, é daquelas imagens que resultam e que vem tão cruelmente esbatida nestas letras. Dói.
Acho também incrivel a forma como a canção acaba com o (maravilhoso) "You made me sleep and uneven, and I didn't believe them / When they told me that there was no saving you." E como, passados os segundos que ficamos à espera de ouvir mais letra, percebemos que não há mais. Ficas-se com aquela sensação de aperto - "aaah..".
Outra coisa interessante é a diferença da versão de estúdio (o primeiro link) do segundo video - live. Se a versão de estúdio tem o tom de voz quase inexistente que funciona tão bem (e que eu prefiro) a live também traz umas surpresas. Na versão de estúdio (que tem de ser ouvida imperativamente) ouve-se, como eu não me lembro de ter ouvido noutra canção, a voz de tal forma murmurante que os lábios e a língua quase são visíveis, é fascinante. É tão íntimista.
Na versão live adoro a forma como o Peter Silberman sobe o tom de voz (apenas?) no verso "you said you hated my tone, it made you feel so alone" e como me faz pensar que esse é o único verso em que a canção inverte o sentido. Que até aí "ele" está lá a apoiar o outro no seu sofrimento e a ajudar e tal, mas aí, é "ele" que causa esse sofrimento - que está errado, não é para isso que ele lá está - e a coisa inverte-se, "ele" sofre por saber que agora é "ele" o causador do sofrimento (e por isso grita, lol).
Estou, claro, apenas a imaginar, mas na minha cabeça isto resulta tão bem.
Adoro, adoro, adoro isto. Podia ser a canção do Super-Homem. "Eu protejo-te." Não queremos todos isto?
5.1.10
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And if you can't dance to this you can't do nothing for me baby.
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Um comentário:
Se queremos.
Perfeito perfeito foi eu estar hipnotizada a ler o teu texto, e a concordar com cada palavra, quando chego à parte «no verso "you said you hated my tone, it made you feel so alone"» e coincidiu exactamente com o momento em que o Peter Silberman (ver se decoro o nome) subiu a voz.
É tão bom quando tudo resulta tão bem.*
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